Defesa perfeita dos Rockets, mas ainda assim não foi suficiente? Curry e Butler jogam xadrez antecipado e levam a melhor com lances de pura leitura.

Seis anos depois, o clássico entre Rockets e Warriors volta ao palco dos playoffs.

Mas agora, do outro lado dos envelhecidos Curry e Draymond Green, está um elenco completamente diferente, cheio de novos rostos.

Em termos de capacidade atlética e talento bruto — tanto com a bola quanto sem ela — os Warriors atuais simplesmente não conseguem competir com essa jovem tropa de Houston. No entanto, desde o último duelo entre Rockets e Warriors nos playoffs, Curry e Draymond já passaram por inúmeras reviravoltas. Eles conquistaram mais um título e também experimentaram o gosto amargo de ficar fora da pós-temporada. Pelo menos em termos de experiência, o currículo pesado da dupla contrasta fortemente com a folha em branco da maioria dos jovens dos Rockets.

Vale lembrar que, desde aquele último embate nos playoffs, os Rockets passaram por uma longa fase de reconstrução, demolindo o antigo para construir o novo. E durante esse processo, o Golden State Warriors se tornou quase um fantasma para Houston — seu adversário mais temido na liga.

Mas a situação mudou silenciosamente nesta temporada. Se usarmos apenas esta temporada como referência, os Rockets já mostraram que podem bater de frente com os Warriors. Nos quatro confrontos da temporada regular, cada equipe venceu duas vezes. E em todas essas partidas, o jogo foi moldado exatamente no estilo que Houston adora: uma batalha física intensa, baseada em velocidade, impulsão e resistência. Nas duas derrotas dos Warriors, o time sequer passou dos 100 pontos. E mesmo nas duas vitórias, o jogo só foi se definindo nos minutos finais.

Por isso, ao chegar ao jogo 1 dos playoffs, já era fácil imaginar o roteiro da partida. Sendo uma equipe com núcleo mais envelhecido, o Golden State foi rapidamente arrastado para um jogo físico e truncado — algo que não surpreendeu ninguém.

Logo no começo do primeiro quarto, os Rockets emplacaram um 7-0. Em três ataques, mostraram variedade: teve arremesso de média distância, corte em linha com assistência, e até um chute de três certeiro vindo do nada. E na defesa, o plano foi executado com perfeição: Curry foi engolido por Amen Thompson e Dillon Brooks, que se revezaram com intensidade na marcação. No início do quarto, Steph mal conseguia receber a bola, e nas poucas vezes que chutou de três, os arremessos foram completamente fora de ritmo.

Até mesmo Butler, que costuma cavar faltas com maestria, encontrou mais resistência. De um lado, os árbitros claramente estavam mais permissivos com o contato físico; do outro, os jogadores dos Rockets já vinham preparados para lidar com seus truques — nada de cair nas armadilhas dessa vez.

E assim, nos minutos iniciais do primeiro quarto, o jogo entrou quase que totalmente no ritmo dos Rockets. O Golden State rapidamente demonstrou sinais de desgaste físico, parecendo entrar em modo de exaustão anaeróbica muito cedo. Quando a câmera focava Curry e outros veteranos, dava para ver claramente o esforço além do habitual — respirando com dificuldade, suando em bicas, sofrendo com a intensidade que fugia do padrão da temporada regular.

Enquanto isso, o Houston jogava solto. Sengun dominava no garrafão, convertendo ataques com consistência. Tari Eason empolgava com roubadas de bola seguidas por enterradas em contra-ataque — era o tipo de sequência que inflama não só o time, mas toda a torcida.

Mas, por mais veloz que seja o ataque dos Rockets nesta temporada, é preciso admitir: em termos de consistência ofensiva, eles ainda estão longe de serem uma equipe confiável. Faltam repertório e variações. Muitas vezes, eles se apoiam exclusivamente em jogadas individuais ou combinações simples. Ainda não possuem um sistema ofensivo robusto, tampouco a capacidade de adaptar o jogo contra diferentes estilos defensivos com maturidade.

E com o tempo, essas deficiências começaram a aparecer…

Na superfície, o Golden State parecia em apuros logo de cara. Mas a verdade é que essa intensidade física, esse jogo truncado, e até mesmo a pressão constante sobre Curry e Butler, já eram situações esperadas.

Depois de suportar a tempestade inicial, foi aí que a experiência dos veteranos e a astúcia do técnico calejado começaram a se manifestar…

Vamos começar falando de Stephen Curry. Sabendo que os arremessos de longa distância estavam completamente vigiados, ele mudou de abordagem para desmontar a defesa dos Rockets. O sistema defensivo de Houston parecia sólido, mas na ânsia de pressionar o perímetro, seus jogadores deixaram espaços vulneráveis no garrafão — abrindo canais viáveis para infiltrações.

Na reta final do primeiro quarto, Curry percebeu isso com clareza. Começou a se movimentar em parceria com os companheiros, alterando seu padrão tanto nas jogadas sem bola quanto nas ações com posse. Utilizando sua agilidade e leitura de jogo, penetrou a defesa três vezes seguidas e marcou no garrafão, desestabilizando a estrutura defensiva de Houston em poucos minutos.

Jimmy Butler também mostrou sua inteligência. Quando viu que cavar faltas logo no início não estava funcionando, ele ajustou seu estilo e passou a explorar jogadas mais sutis e técnicas. Suas bandejas e arremessos em flutuação tinham um toque de leveza e precisão que deixaram os jovens defensores dos Rockets batendo em vento — pura força bruta contra astúcia refinada.

E Steve Kerr? Mais uma vez, mostrou por que é um dos técnicos mais astutos da liga. Ele já havia previsto que os Rockets apostariam em um quinteto mais alto no fim do primeiro quarto para explorar o físico. Antecipando o movimento, fez uma espécie de “finta” na rotação, mantendo Curry e Butler em quadra. Essa pequena manobra foi o suficiente para bagunçar o plano dos Rockets e quebrar o ritmo que vinham impondo.

Ao fim do primeiro quarto, os Warriors conseguiram reduzir a diferença para apenas uma posse de bola. No segundo período, com a recuperação física geral do time, eles rapidamente ganharam fôlego para iniciar uma forte reação.

Do outro lado, os Rockets começaram a apresentar dificuldades ofensivas. Com o ataque cada vez mais travado e sem um segundo pontuador confiável além de Şengün, o ânimo da equipe foi diminuindo visivelmente.

No primeiro quarto, Houston ainda conseguia marcar Butler sem cometer faltas e limitar Curry fora da linha dos três pontos. Mas, com a queda de intensidade na defesa, bastou uma brecha para que Curry e Butler começassem a punir. No fim do segundo período, após já ter convertido cinco bandejas, Curry voltou a mirar o perímetro — e seus arremessos de três vieram em sequência dupla.

Butler, por sua vez, aproveitou os momentos de hesitação dos jovens dos Rockets para cavar faltas com maestria. No estouro do cronômetro antes do intervalo, foi justamente com os lances livres de JB que os Warriors fecharam o primeiro tempo em vantagem.

Na sequência, os Warriors chegaram a abrir 23 pontos de frente, encurralando os Rockets desde cedo e garantindo uma margem confortável para administrar no último quarto. Embora Houston tenha conseguido cortar a diferença para apenas três pontos na reta final, a pressão os obrigou a focar ainda mais no ataque — e exigir equilíbrio entre ataque e defesa de um time tão jovem era pedir demais. No fim das contas, foi essa diferença de mentalidade que selou a vitória dos Warriors.

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